Segundo o presidente do Timão, déficit mensal de R$ 8 milhões no clube e dinheiro saudita forçam desmanche do atual campeão brasileiro e bi paulista
Não é só o técnico Fabio Carille, contratado pelo Al-Wehda da Arábia Saudita na última semana, que deve deixar o Corinthians. O presidente Andrés Sanchez considera a possibilidade de perder até três titulares no meio do ano, quando se abre a janela internacional de transferências.
Em entrevista ao programa “Camarote FC”, do canal Premiere, do Grupo Globo, Andrés afirmou que não terá como manter a equipe atual, caso os atletas recebam propostas.
– O Corinthians vai perder de um a três jogadores, eu acho. Gente, não tem jeito, se chegam com o dinheiro aqui, jogador quer sair, não tem o que fazer – disse Andrés.
Depois da entrevista, a reportagem do Globo Esporte o abordou sobre os nomes que podem entrar na lista.
– Os melhores que estão aí. Quem são os melhores pra vocês? – rebateu Andrés.
– Cássio, Fagner, Rodriguinho... Os que o Tite levou pra Seleção, por exemplo, não?
– Quer saber? Romero é o maior ídolo da torcida. Não tem Rodriguinho, Jadson, a torcida gosta mais é do Romero. E já tem proposta, hein! – disse o presidente.
No último dia 18, o diário "Corriere Dello Sport", da Itália, publicou que o Bologna observa o atacante paraguaio há algum tempo, mas que não fez proposta ainda. Um dos irmãos do jogador, Fernando Romero, é o responsável por receber e avaliar as ofertas. Em 2014, Romero foi comprado pelo agente Beto Rappa por cerca de 3 milhões de euros (R$ 6,7 milhões na época). O Corinthians ficou com 20% dos direitos econômicos do atacante.
A situação financeira do Corinthians, segundo Andrés, contribui para o possível desmanche. Em março, o diretor financeiro Wesley Melo lamentou déficit mensal de R$ 8 milhões nos primeiros meses do ano. Andrés confirma que a situação continuou assim em abril e maio.
– Nosso problema é o déficit mensal, porque erramos nos últimos anos e está dando déficit. Mas vamos corrigir. Dívida de R$ 300 milhões negociadas não me afeta em nada, entra no orçamento. Mas a gente precisa corrigir algumas coisas no futebol também – disse, referindo-se ao calendário do futebol brasileiro, que pra ele é deficitário.
Com a situação financeira precária, segundo Andrés, os clubes brasileiros, que são "vendedores", tornam-se presas fáceis.
– A Arábia vai levar tudo, treinador, jogador, especialista de inteligência dos clubes, de computador. O rei, príncipe ou sheik, sei lá como chamam, pagou todas as dívidas do futebol de lá e o país resolveu investir no futebol. Infelizmente, a Arábia é a nova China que está aí. É uma pena que não vão levar presidente, dirigente, se não eu iria também – brincou Andrés.
A entrevista completa com Andrés Sánchez, presidente do Corinthians, vai ao ar no programa Camarote, domingo, às 14h30 de Brasília, no canal Premiere, antes da transmissão de Internacional x Corinthians.
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