terça-feira, 21 de agosto de 2018

Encaixado e artilheiro, Jô curte boa fase no Japão: "Alegria voltou"

Craque do último Brasileirão se impressiona com respeito e carinho da torcida do Nagoya Grampus que vira mosaico inédito na carreira: "Ainda estava na última colocação"
Autor de 14 gols em 24 jogos, sete deles nas últimas quatro partidas, o atacante Jô voltou a sorrir à vontade. Contratado pelo Nagoya Grampus por 11 milhões de euros (cerca de R$ 43 milhões) na virada do ano, o craque e artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2017 demorou um pouco a se encontrar do outro lado do mundo. Mas agora curte a boa fase no Japão, como contou ao vivo em participação no programa "Planeta SporTV".

- Agora se encaixando. No começo, como em qualquer país que passei, qualquer jogador que atua fora do seu país de origem, passa pela fase de adaptação. No começo, até entender o futebol japonês foi um pouquinho complicado. A equipe também estava passando por um momento difícil. Agora as coisas mudaram. Não estamos mais na zona de rebaixamento. Os gols começaram a aparecer. Alegria voltou - disse Jô.
O brasileiro teve um começo promissor no Japão, balançando a rede logo na estreia, em fevereiro. O mês seguinte foi de jejum, mas o panorama em abril e maio melhorou, com mais seis gols na conta em 13 jogos. Veio a parada para a Copa e a retomada mais feliz em agosto. O até então lanterna do Campeonato Japonês emendou cinco vitórias seguidas e saiu da zona de rebaixamento.

Jô foi decisivo para a arrancada. Entre os sete gols que fez nas últimas quatro partidas, o hat-trick da virada por 3 a 2 diante do Gamba Osaka e os dois na vitória por 2 a 1 sobre o Yokohama Marinos, sendo o último nos acréscimos, foram determinantes. Tamanho poderio o levou à vice-artilharia da J-League, com 13 gols, atrás do compatriota Patric, do líder Sanfrecce Hiroshima, e rendeu até uma homenagem inédita em sua carreira: um mosaico da torcida, no 4 a 2 diante do Kashima Antlers.

"Os japoneses têm muito carinho e respeito pela história do jogador"

- Nunca tinha tido um mosaico com meu nome. Naquele jogo, ainda estava em último colocado. A torcida trata o jogador muito bem. Nas ruas, o carinho é muito grande. Eu me sinto muito feliz e honrado de jogar numa equipe que tem me dado total condição de fazer uma boa temporada - disse Jô.

Aos 31 anos, marcante em conquistas históricas de Corinthians e Atlético-MG, o atacante tem propriedade para dizer isso. Com a experiência de ter passado por cinco países, entre eles a China, em 2016, pelo Jiangsu Suning, Jô também comparou o futebol do que passou a ser o novo eldorado oriental dos boleiros com o ressurgido Japão no cenário internacional.

- O japonês tem uma técnica bem diferente de todos os asiáticos que pude enfrentar, até na própria China, onde joguei. Realmente, eles se sobressaem um pouco mais. Chinês tem bastante garra, bastante raça.

"Tecnicamente, o japonês é um dos melhores na Ásia"
- Tanto é que a seleção japonesa toda Copa está aí presente. E tem jogadores magníficos pelo mundo agora.

"Aqui o campeonato é bem disputado, muito corrido, difícil, não é tão simples assim como muita gente pensa"
- Está sendo uma experiência muito boa - disse Jô.

Em meio à velocidade dos gramados japoneses, o atacante ainda consegue se valer da especialidade na canhota e a altura de 1,92m. Vivência e treinamento para isso é que não faltam.

- Isso é uma coisa que já é da minha característica, a minha impulsão e jogada aérea. Aqui a altura não é o mais forte deles. Tenho treinado bastante isso. Tem saído muitos gols de cabeça. É uma coisa que tenho que estar sempre desenvolvendo. O fisioterapeuta brasileiro Guilherme veio para me ajudar. Hoje em dia, o jogador tem que se cuidar. tenho essa consciência. É muito treinamento. Não é tão fácil não.


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