sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Gerente jurídico do Santos culpa funcionário demitido por erro no Caso Sánchez

Rodrigo Gama diz que Felipe Nóbrega esqueceu de cumprir o protocolo e por isso foi mandado embora


Rodrigo Gama, gerente jurídico do Santos, afirmou em reunião do Conselho Deliberativo, na noite desta quinta-feira, que Felipe Nóbrega, funcionário demitido na última terça-feira, é o culpado pela punição da Conmebol no Caso Sánchez, que causou a eliminação do Peixe na Libertadores.

– Quando eu cheguei ao Santos, instituí protocolo de investigação de jogadores e inscrições. Se há condição ou não. De antemão ressalto, em qualquer clube do Brasil são dois departamentos responsáveis pela legalidade de jogadores. Departamento de futebol + registros. Instituí protocolo de checagem, envolvia entrevista de jogadores, com cartões pela Conmebol, sistema de gestão da CBF com verificação em clubes anteriores, havia também checagem no sistema Comet, sistema legítimo, 10 funcionalidades e precisam reconhecer, mas Conmebol não achou legítimo. Protocolo não foi cumprido pelo responsável pelo registro de transferências. Perguntei se havia cumprido o protocolo. Funcionário disse que não. E chegamos onde chegamos. Foi isso que aconteceu e foi mandado embora. Foi instituído e se tivesse seguido à risca, certamente não sofreria a situação. Infelizmente, esqueceu e não fez – afirmou Rodrigo Gama.


Na tarde desta quinta-feira, o presidente José Carlos Peres disse que a saída de Nóbrega faz parte de uma reformulação do departamento jurídico:

– Aí há uma confusão. Já tínhamos feito uma demissão de outro (funcionário) na sexta, estamos fazendo uma reforma no jurídico, e chegou a vez dele. Estamos arrumando o clube, há demissões todos os dias.

Ao Globo Esporte, Nóbrega, que atuava no departamento jurídico, negou a responsabilidade no erro cometido pelo Santos. O profissional contou que foi informado do desligamento por volta das 16h30 da última terça e que não recebeu justificativas. Ele disse que era responsável pelo registro de contratos de atletas, mas não pelo acompanhamento das suspensões.

– Essa situação de ter que correr atrás de questões disciplinares nunca esteve no meu escopo de trabalho. Não era a minha atribuição – afirmou.

Entenda o caso Sánchez
Quando ainda defendia o River Plate, em 2015, Carlos Sánchez foi expulso ao agredir um gandula na semifinal da Copa Sul-Americana contra o Huracán. Em dezembro daquele ano, o jogador uruguaio recebeu uma suspensão de três jogos e multa de US$ 3 mil.

De acordo com o Regulamento Disciplinar da Conmebol, a suspensão por partida teria que ser cumprida no torneio seguinte organizado pela entidade do qual Sánchez participasse, independentemente de ele ter trocado de clube.

Logo após aquela eliminação, Sánchez disputou o Mundial de 2015 (organizado pela Fifa) e trocou o River Plate pelo Monterrey, do México, de onde saiu em julho deste para o Santos. A Libertadores deste ano é o primeiro torneio da Conmebol que ele disputa desde então.

Em 2016, quando completou 100 anos, a Conmebol anunciou uma anistia a clubes e atletas com punições pendentes. Então, Sánchez teve a pena reduzida para um jogo – que deveria ter sido cumprida justamente na última terça, em Independiente x Santos.

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