domingo, 11 de fevereiro de 2018

Eduardo cita "ódio" no futebol e aconselha pais a não levarem os filhos aos estádios

Treinador da Ponte Preta deu declaração ao comentar situação envolvendo Oswaldo de Oliveira e repórter Léo Gomide


Em meio aos protestos de treinadores pelo Brasil devido à demissão de Oswaldo de Oliveira no Atlético-MG após a confusão com o repórter Léo Gomide, Eduardo Baptista se posicionou sobre o assunto após o empate da Ponte Preta por 1 a 1 com o Novorizontino.
Em vez de um minuto de silêncio na entrevista como fez Paulo Roberto ou de usar uma faixa branca no braço esquerdo, Eduardo reserveu sua última resposta para propor uma reflexão sobre os rumos do futebol nacional. Ele considera que o ódio tem crescido no meio, a ponto de aconselhar os pais a não levar seus filhos nos estádios.
- O Oswaldo é um cara que admiro muito, mandei mensagem de solidariedade. O que aconteceu me deixa triste. Essa guerra não tem vencedor. Estamos transformando a paixão nacional em ódio nacional. Hoje você não pode mais perder um jogo. Empata um jogo e já estão xingando. Então gostaria de pedir uma reflexão a todos: o que estamos fazendo com o nosso futebol? Se você perde, te batem na rua. Está perigoso. Tive a felicidade de trabalhar em outros países, e não tem isso lá. No Japão, você ganhou ou perdeu, o povo de aplaude. Tem as críticas, claro.Na sequência do discurso, Eduardo disse que não deixa mais seus filhos acompanharem os jogos da Ponte no Majestoso. Para eles, outros pais deveriam fazer o mesmo, já que, em sua opinião, os estádios representam um risco à integridade física.
- O futebol está ficando um ambiente nocivo e perigoso no Brasil. Meus filhos não vão mais ao campo. Minha filha queria vir. Eu não deixei, infelizmente, mesmo que fosse para sentar nas sociais. Eu aconselho os pais de família a não deixar os filhos virem aos estádios. É triste. Eu, com três anos, vinha no Moisés, ia na Vila e no Morumbi, acompanhando meu pai (Nelsinho Baptista, ex-lateral e hoje técnico do Sport). Era rato de estádio. Mas hoje não tenho coragem de deixar minha esposa trazer meus filhos. Não estou criticando imprensa, nem treinadores. Só peço para todos nós fazermos uma reflexão para onde estamos levando nosso futebol.
Desde o retorno à Ponte, em setembro, Eduardo já vivenciou dois episódios tensos. Depois de uma derrota para a Chapecoense, em Santa Catarina, a delegação da Macaca foi recepcionada com um protesto violento em Viracopos.Jogadores como Lucca e Fernando Bob chegaram a ser agredidos, e todo o grupo foi à delegacia registrar Boletim de Ocorrência.
Já na penúltima rodada do Brasileirão, quando a Ponte perdeu para o Vitória e acabou rebaixada, vândalos invadiram o gramado logo após o terceiro gol do Vitória e partiram em direção aos atletas. Com exceção de Aranha, todos os jogadores correram para os vestiários em busca de proteção, assim como Eduardo Baptista.

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